quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ao Deus Antigo.



O Sagrado Cornudo, que segura o cajado,
Ajoelhado com o seu manto, o Ancião.


Mexe com um toco de madeira
A fogueira que cresce na escuridão.


O Velho Sábio,
Que atravessou o rio, assim o Mundo Frio conheceu;


E a chama que arde no meu peito,
Com os olhos fechados e a mão empunhada acendeu.

Ele subiu às altas montanhas,
E no chão, com a terra, desenhou.


Moveu as pedras de lugar,
Com seus olhos vermelhos, as aves com o silêncio chamou.

Na margem do rio me mostrou o vento e a chuva.
Me ensinou a pescar.

Que atrás das árvores, a noite esperou cair.
Me ensinou a caçar.


O Sol poente,
A fumaça crescente.

A Escura Noite,
O vento e o açoite.

Ancião que abre o Livro das Sombras,
Me mostra o Copo e a Faca.


Me guia pelo Círculo,
E como filho me abraça.


Velho da Roda Escura,
O Senhor Cornudo -

O grito das profundezas,
A sombra, assim, de tudo.


Corri por entre as árvores,
Deito os olhos sob a Escuridão.


Ele estava ao meu lado.
Até que tombo na terra, então.

Jaz no sangue da minha face
O cansaço que se faz presente.


O Sol arde nas minhas costas -
Assim o Deus onipotente.


Ouço o casco por entre as folhas.
Eu, no silêncio, parado.


Ele chega e toca no meu peito,
com seu Cajado abençoado.

Olhei e não o vi -
E uma lágrima resvalou.

A ti, Deus Cornudo.
A Sombra do que minguou.

Acordo. E tu, com um toco de madeira,
mexendo na fogueira, atiçando o calor.

O Gamo já não mais corre,
E tu, passa a bater no tambor.



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