terça-feira, 13 de julho de 2010

Cernunnos

Cernunnos



Quem é ele afinal?


Cernunnos é representado como uma criatura quimérica cujo o culto que remonta a época correspondente se muito o início da Idade de Bronze, cujo o nome se supõem foi conferido muito após ter sido fixado a crença devocional nesta divindade a partir de uma imagem encontrada num baixo-relevo em Paris que reproduzia um homem sentado de pernas cruzadas que ostentava chifres na cabeça onde lia-se abaixo a inscrição ´´ ( C ) ernunnos ´´

Nas narrativas míticas a figura de Cernunnos como personagem é bem confusa já que existem momentos onde ele é descrito ao lado de uma figura feminina com poderes sobrenaturais sobre a Natureza que figura por vezes como sendo sua ´´mãe´´ e em outras é identificado como sua ´´esposa ´´ o que dá a vaga impressão da presença de um relacionamento incestuoso.

Para simplificar a compreensão do mito ficamos restritos ao que o poeta latino Marco Anneo Lucano ( 39/65 d.C) narra em breves passagens em ´´Pharsalis´´ , cujas as fontes históricas prováveis foram Tito Livio, Asinio Pollione e Sêneca , a saber que Cernunnos nasce sem chifres e reina no submundo de onde ajuda a comandar com sua ´´esposa´´( alguns a identificando sob o nome de Epona e outros como ´´ Dana´´ ) a vegetação e os animais até que em certo momento é traído por ela com ´´Esus´´ e dali surge uma ´´galhada´´ de cervo em sua cabeça.
 A oportunidade desta traição surge por conta do fato que Cernunnos para cumprir com seus deveres tem que sempre durante certo tempo do ano recolher-se ao reino subterrâneo, deixando sua ´´esposa´´ sozinha por um longo período.
 Observando que Lucius menciona no caso não bem diretamente ´´Cernunnos´´ e sim o amante fugaz de sua esposa a saber ´´ Esus / Albiorix ´´ onde o cita também sob a alcunha curiosa de ´´ Rei do Mundo´´ e sendo parte de uma espécie de´´trindade´´ em que figuravam ao seu lado de ´´Toutates / Teutates ´´ como uma espécie de ´´deus da guerra´´ e ´´Taranis / Caturix ´´ na condição de ´´Rei das Batalhas´´, fato que é curioso de analisar na medida em que vemos o mito de Cernunnos ter conotações mais que óbvias com assunto afetos mais fertilidade de maneira geral e agricultura de forma especifica do propriamente como tendo algo haver com batalhas , guerras e assuntos assemelhados como estas outras divindades citadas remontam arquetipicamente.


A sua verdadeira origem

O que surpreende logo de cara o mito de Cernunnos ao analisar comparativamente a mitologia celta é que ela não usa como recurso de enredo a figura de seres quiméricos, isto é, volta e meia até um personagem se ´´transmuta´´ em forma animal só que nenhum é representado como tendo parte humana e outra animal ao mesmo tempo.

Igualmente , a lenda em parte recorda o mito greco-romano de Hades e Perséfone / Proserpina onde ela passa metade do ano com sua mãe na superfície ( Ceres /Deméter ) e a outra parte no mundo subterrâneo ao lado de seu esposo. Havendo é claro claras reverências a todo uma simbologia também vinculada a temas de fertilidade, agricultura, mudanças de estação e etc neste mito greco-romano . Seria coincidência?

Graças a arqueologia um pouco do mistério ao redor da figura tão deslocada de Cernunnos vai aos poucos , a saber a suposição básica era que Paris tinha sido fundada por uma tribo celta ( os Parise ) que depois foi melhorada pelos romanos a partir de sua conquista por volta de 52 a.C caí por terra para ceder lugar a constatação de que a cidade foi na verdade erigida por completo pelos romanos desde o inicio.
 Isto somado com a constatação que gregos pelo menos na região de Marselha e redondezas desde o século V a .C figura como bem provável que o culto ao deus cornifero tenha sido trazido embrionariamente para região através dos gregos e depois apossado pelos romanos que deram as narrativas sua conotação guerreira , surgindo depois os celtas ( ou melhor os parisi ) para incorporarem sincreticamente em seu corpo de crenças a figura de Cernunnos.

Outra alternativa além dos gregos que surge é que ligures ou etruscos tenham trazido sua contribuição para a formação da imagem do ´´deus chifrudo´´ na medida em que é uma imagem típica de divindade vista entre povos que viviam da criação de caprinos e pastoreio bem como também eram povos que margeavam a região.

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